sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Homenagem às forças brutas

Hoje em Santos passei tanto calor,
suava enquanto tomava banho.
Que potência! Que calor! A fornalha!

A noite fui à praia, joguei bola na chuva, entrei no mar.
Que refrescância! Que frescor!
Flutuar, com gotas pingando no meu rosto. Céu de ébano.

Duas forças brutas!
Não há equilibrio, esse é para quem tem medo das forças! São duas forças, dois mundos,
funcionam em diferentes registros.

Equilibrio é para quem tem medo das forças,
ficam se prendendo na idéia de que há balanceamento, pois bem: não há.
É na distorção que as potências se formam. Não tinha equilibrio para formar o Himalaia, só força!

Temos que aprender a apreciar essas forças.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Sem mais li(teratura in)cença poética

O politicamente correto domina,
os professores são autoridades pobres,
as falas - iguais.

Nadas, mortes, dores não são respeitadas.
Aliás, o respeito é tudo que sobrou.

Com respeito, Machado e Gregório nunca teriam escrito uma linha,
(respeito deveria ser atravessado de ânus à boca por um trem)

Na academia só se fala em "coletividades", "democracias", "maiorias",
palavras bonitas - cabeças vazias, cheias com mesmisses, cópias, medos de reprovação, mestres doutores vazios (alguns deles apenas bichas velhas).

Sinto que tudo que importa, hoje, é estar certo. É a única coisa que todos querem.
Assim, ninguém fala o que distoa, ninguém tem coragem.
Sem coragem Clarice e Pessoa nunca teriam segurado uma caneta ou pena.

Onde está a coragem de verdade? A coragem hoje é entendida como "coragem de fazer greve", "coragem de ir contra o sistema". Não entendem que isso já se tornou um sistema?
O mais chato dos sistemas!
Um sistema que quer dar a igualdade, que quer iguais.

A poesia não é feita de iguais,
o mundo não deveria ser feito de iguais, e nunca vai. (no fracasso de vocês me deleito!)
Onde foi parar a poesia? Onde estão os pensamentos? (encobertos pelos gritos massificados e burros de "vem pra luta você também")

Vocês ouvem? Ao longe...Drummond, és tu?
Tudo que ouço são conversas repetidas de pessoas a minha volta, cabeças acenando (concordantes), silêncio não existe mais também (não pode ser aturado), todos falam (principalmente os que deveriam se calar) a mesma coisa, repetidamente, em loop.

Assim o sol parece se pôr, a escuridão se encaminha no horizonte das palavras, o céu não tem estrelas, apenas uma lua. E é uma lua chata.