terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Como não ser sexual?

Estava andando por um shopping aleatório de Santo André, quando passei na frente de uma mulher.
Ela devia ter cerca de 1,60m e pesar perto dos 80 Kg. Ela olhou, conforme olhei ao passar por ela, mas depois de constatar quem eu via, não voltei a olhar. Ela, por outro lado, continuou olhando. Nesse momento comecei a pensar sobre a vida que ela leva.
Não falo isso pra reafirmar a regra da magreza = beleza (a qual, inclusive, como um magro frustrado a minha vida toda por não conseguir engordar, nunca fui muito fã. Para mim, magreza é uma ironia), mas pela falta de atração sexual que senti em relação a ela. Pensei como valorizo as relações amorosas e o quanto centrei minha vida, e tudo que entendo por ela, em atrair e ser atraído.

O choque dos valores ocorreu às 17:39, em um shopping aleatório de Santo André.
Era uma terça-feira.

Não digo que ela tenha outros valores, que não possa querer ser desejada nem que não possa ser, de fato, desejada. Mas como acho improvável que, pela própria constituição física, ela foque sua "busca por paz de espírito" e "realização pessoal" (or whatever you wanna call it) como um ser sexual. Mas quando o impacto dos devires-desejos ocorreu, no despreparado shopping, o peso do aceito socialmente recaiu muito mais severamente para o lado que foge, bravamente, à regra, que não tenta viver sua vida como em um filme de Hollywood.

Mas COMO não ser capturado pelas expectativas da capital do cinema mundial? Assistir filmes reconforta algo em meu ser (penso que na maioria de nós) que, mesmo sabendo que são vidas inventadas e geralmente irreais, queremos um pouco daquilo para nós.
Talvez seja a certeza de que tudo vai dar certo no final. Se vivermos vidas iguais às vidas dos moçinhos é certo que teremos nossos finais felizes, afinal, roteiristas são deuses, gurus, videntes, pastores... e o que eles pregam em todos os filmes que consigo imaginar, ao fechar os olhos agora, é que o final feliz possui moçinhos COM moçinhas. E a única maneira de garantir a sua moçinha, até o final das duas horas que duram os nossos anos de vida, é sendo o mais sexual possível.

É clichê e hipócrita citar uma fala do filme "500 dias com ela" para encerrar. Por isso fazê-lo-ei:
"É tudo culpa dos filmes e das músicas românticas!".

#P.S.: Espero não ter sido generalista e nem me fazendo de vítima, se estiver parecendo assim, venci o esperado perfeccionismo hollywoodiano dos moçinhos.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O mundo vai se acabar em vento

O fim do mundo vai ser ventado.
Seremos varridos como se assoprados.
Uma brisa leve, quase como um
bocejo

Por isso, deixem o cabelo crescer,
para sentirem
como se dirigindo um conversível.
Livre, no fim do mundo.

Os loucos vão achar que voam.
Os arrazoados,
que estão loucos

Haverá pílulas,
para impedir que voemos.
Vão estar em promoção
e serão vendidas
em bancas de jornais

Não haverá solução
(Nem composto iônico),
Todos vamos morrer
no fim do mundo.

Senão,
não seria fim, seria?

Mas pelo menos
vai estar uma brisa agradável;
então não tema:

O mundo vai acabar
em vento