sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

As pessoas não merecem coisas iguais

Isso é um engodo!

As pessoas não são iguais, não aspiram as mesmas coisas, não desejam os mesmos desejos, ou lugares, ou pessoas, ou coisas. (Ué, por que as pessoas não poderiam desejar coisas?)

Percebo recentemente um incomodo virtual meu se atualizar - o alívio!

Em uma sala de aula, um aluno é E.T.. Ele sente ódio! Mas faz psicologia, nós (psicólogos) podemos aceitar os sentimentos de todos, menos os nossos (a menos que seja em análise). Um psicólogo não pode odiar um colega de sala psicólogo, nós somos uma irmandade cor de rosa, com arco-íris e algodões-doces.
Nesse mundo há um E.T. - eu (talvez seja um E.P. - Extra psicologestre). Na minha condição de E.P. vejo pessoas se amarem, tão coitadas...amam inúteis, idiotas, paspalhos, excrementos e desperdícios de espaço, tempo e carbono.

Esse E.P. ouve uma fala:
"Quem pode dizer quem merece mais um estágio do que outro?"
Bom, vos digo:
EU POSSO!

O E.P. não tem pudorzinho em constatar o óbvio: que enquanto algumas pessoas se esforçam, dispuseram-se a perder um tempo, uma energia, um trabalho, de suas vidas para algo que querem muito, outros, simplesmente NÃO FAZEM QUASE NADA!!!! Pedras, rochas, aerolitos.

(Ahhhhh...como fazem barulhos os aerolitos ao cair...)

Não é fácil assim, eu sei, o E.P. não é o Deus da justiça (que doce seria se o fosse...), é muito simples, ou seria, se existissem outros E.Ps..
A obrigatoriedade subtendida por algumas pessoas de que para ser psicólogo teria que ser compreensível a tudo e a todos é o mais puro LIXO que percebo depois de 4 anos em uma sala de Psicologia.

Eu AMO algumas pessoas da minha sala, gosto muito de outras, gosto de algumas, to pouco me fudendo para outras, não gosto de algumas e queria que outras morresem engasgadas durante o sono. Isso faz de mim um monstro? Que seja.

Só que o monstro E.P. consegue perceber que tem pessoas que mesmo sendo abomináveis merecem, fizeram por merecer, se esforçaram MUITO durante a faculdade e acho SIM que elas merecem mais do que eu algumas vagas. Merecem! Se eu ficasse na disputa lado a lado com uma dessas pessoas: doaria minha vaga. (Se acham que minto...fodam-se)
Ao mesmo tempo tem pessoas que gosto muito e que acho que não merecem tanto quanto eu; nesse caso, meus sentimentos pela pessoa me fariam analisar a situação - nesse caso e SÓ nesse caso.

Uma coisa que, aparentemente só E.P. percebeu, ou está disposto a falar, é que muitas pessoas que não fizeram absolutamente nada durante todo o curso, que dormiram a Psicologia inteira, que não sabem citar dois autores, que não sabem falar de outra coisa a não ser aquilo que já sabiam quando entraram na faculdade, aquelas pessoas que nem mesmo a conversa de corredor (que pra mim é a MAIS produtiva, a que mais vale a pena) se salva, aquelas pessoas excluídas de todos os grupos na hora de seminários porque o grupo já sabia da inércia encefálica e falta de interesse, quem não consegue articular o óbvio com seu par,em resumo: os aerolitos, usam de estratégias perversas para tentar convencer outros que acham que ter "coração puro" é condição sine qua non para dormir a noite de cabeçinha leve.
No processo: FODAM-SE aqueles que merecem mais que os aerolitos, o importante é que os aerolitos ,que fingem não usar de estratégias perversas (e uma ótima maneira de usar dessas estratégias é falar que pensou em ser perverso mas "não teve coragem"(SIC)), consigam roubar as vagas de quem realmente merece, quem realmente vai fazer a diferença lá fora com a experiência de um estágio.

É isso, deixem que roubem, finjam que está tudo bem enquanto as pessoas que merecem (e vocês sabem que são) vão durmir chorando, porque está tudo bem: foi respeitado o aerolito.

O mundo cor-de-rosa dos psicólogos me enoja!

sábado, 4 de dezembro de 2010

sábado, 23 de outubro de 2010

The untakable tower

A vontade. O esforço. A conquista. O fervor.

(E não são "uns", são "os", porque não existe outro esforço além do esforço de alguém que corre atrás de uma bola. Atrás de outras pernas, a frente delas também. Quando você aplica tudo que tem em um movimento, em um pulo, em uma corrida atrás de uma bola que outros diriam que é perdida, não existe mais nada.

Ah! Como é bom superar o que os outros esperam!

Ah, a glória! Própria, quando todos os músculos do seu corpo se contraem, tencionam, trabalham, revezam postos na defesa da untakable tower para, por fim, caírem vitoriosos!

Ah! O time! Todos juntos, um só corpo vibrando com cada movimento, entrelaçados e sintonizados, prevendo os movimentos um do outro, pois são os seus próprios movimentos. É como se o time todo fizesse sexo! Não há limites entre os jogadores, não há dor que não seja de todos, não há desejo que não percorra as minhas fibras musculares e que não percorre as daquele a meu lado.

É uma exaustão intensa, nos leva a uma animalidade saborosíssima!

Em um pulo - voamos! Como voávamos quando éramos pássaros! Nossas asas se tornam visíveis para todos, eles não podem dizer que eu mentia! Sempre as tive, eu dizia, agora vêem! Nos rastejamos como nossas próprias larvas! Cheias de vida em estágio embrionário, que no "rastejar para" (não só "rastejar") explodem em vida! Em intensidade, em movimento que só é possível pela combustão!
Pegamos fogo! Uma delícia de fogo que não queremos apagar, um fogo etério, fato, phóton! Nos tornamos a própria luz do fogo, fogo da luz.
Máquinas que não precisam de objetivo para serem máquinas, digamos que a própria explosão causada pela capacidade da máquina de explodir (e sua vontade em fazê-lo) é o objetivo maior da máquina. Pois assim ela existe como máquina, assim não há dúvida de que se existe, nesse momento final de cada segundo de uma partida onde há corpos.

Do outro lado, homens, máquinas, deuses (da morte) - Baco, não Lóki (esse não é seu esporte), explodindo. E tudo que podemos fazer é explodir mais que eles. Mas a ingratidão é essa: nada garante que explodir mais nos levará mais, mesmo assim, tudo que podemos fazer é queimar e explodir - mais e mais.)

Em um piscar de olhos acaba. É o piscar de olhos mais longo possível e, quando ele termina, só nos resta o corpo e suas dores - medalhas, troféus em um vazio preenchido por nós mesmos, contido e contendo nós mesmos. Um nós mesmos diferente daquele que conhecíamos.

Ah! Que delícia que é nos acabar de jogar!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Eu queria criar...

Eu queria criar, mas não sei o que fazer,

Se soubesse notas, comporia minha obra prima! Como não sei, fico sem fazer.

Há tanto a ser feito, mas hoje sinto apenas que queria criar algo que não sei o que é, que não estou conseguindo fazer. O ímpeto criativo me assola de vez em vez, as vezes é tão frustante querer criar algo e não saber o que quanto ter que criar e não poder.
Algo quer sair de mim! Se inscrever na minha pele, percorrer minhas artérias!

(Será que não é isso?Não teria algo já percorrendo minhas artérias? Talvez isso! Que por estar embaixo da pele não posso ver, mas não está fundo o suficiente para eu não sentir! Corro atrás mas nunca alcanço, corro e corro! Eu poderia correr. Até minhas pernas se desprendessem de meu corpo, fossem ultrapassadas por ele, não dessem conta do meu correr.
Pensando bem, acho que eu mesmo não estou dando conta do me correr).

Se tivesse pincéis, se fosse tinta, se visse a tela em branco (ou em cores), pintaria.
Pintaria céus estrelados com o título de "Kamikaze". (Quando ninguém entende, chamam de arte). Eu poderia fazer arte.

Na verdade eu sinto que faço. Ou que fazia, pode ser isso, a arte me fugiu! Correu de mim que, sem pernas, não posso alcançá-la.

Se tivesse bebido vitamina de dicionários escreveria.
O que, isso?
Não, não, isso não é escrever, isso não é nada, na verdade, pois essa escrita não traz nem traria alívio. Escrever é criar, isso aflinge.
É isso então, estou aflito e não tenho meios pra lidar com isso.

Na verdade não sei usar esses meios. O pior é me sentir um chorão, reclamador, whining about wanting and not knwoing what.
How fragile I feel myself these days, it feels like the only thing I do is want and not want.
Powerless!
How did I get to this?

Me sinto powerless demais para conseguir criar, assim não sei o que fazer, e pela primeira vez isso é um impecílio para fazer.

Hoje é o dia que a criação senta-se triste, frente à uma cópia da Monalisa, com um copo de cerveja, ouvindo jogo do Corinthians - e assim, ela morre.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Democracia pra quem quer

Quando surgiu a boa e má democracia?
(E a serviço de quem?)
Eventos recentes de minha vida pública fizeram me aventurar por esse campo da política que foi pouco explorado nesse espaço. Mas vou explicar melhor:

Minha faculdade está em paralização. Um belíssimo movimento de estudantes para lutar por seus direitos (mas os seus direitos não são os meus direitos?), não fossem alguns meandros desse movimento.
Primeiro e mais básico: reinvindicações assistencialistas. Justificadas pois a universidade pública, teoricamente deveria funcionar para aqueles que não tem dinheiro para pagar a universidade (conceito belíssimo e balela [como todos os conceitos belíssimos]). O programa de permanência estudantil da minha universidade é insípido, e esse é o principal motivo de todo o barulho causado aqui essa semana, mas isso me colocou a pensar: não vemos reivindicações por pessoas que são desalojadas por falta de pagar aluguel, favelas se amontoam, e se incedeiam diariamente por todo o brasil e o brasileiro de verdade (não o brasileiro estudante, com seu devir-parisiense) faz o que pode para viver a vida que pode. Reclamar que Santos é uma cidade cara para morar e reivindicar auxílio de um governo para resolver esse problema é se colocar sob tutela desse governo. Uma posição de passívidade que me revolta! (Muito diferente de reclamar injustiças).

Outro exemplo dessa passividade são algumas falas reativas a qualquer tentativa ativa. Exemplo: foram propostas ações como ir ao local das obras do prédio que nunca fica pronta e "trabalhar". Respostas: esse não é o nosso papel; somos estudantes; não somos pagos para isso (fala de alguém que acha um absurdo não ser paga para estudar). E qual o papel do estudante? Reclamar? Creio que não, mas assim o fazemos quando precisamos de ações. Ações acima de esperanças desesperançosas.

Parece-me que é o gosto pela reclamação.

Outro assunto que gostaria de falar é sobre o deputado Tiririca.
Ó terrível democracia onde um analfabeto, palhaço de profissão é eleito (com segundo maior número de votos da história) deputado federal. Povo ignorante que não sabe o que é bom para eles.
Povo o qual foi muito útil quando precisavam de massa para tirar o Collor do poder, ou nas "diretas já". Ó magnífica democracia!
É assim: a elite intelectual que rebaixa o povo e suas escolhas quando elas não satisfazem suas vontades. Quando o povo não faz o que os inteligentes querem eles são alienados.
Quando os alunos não fazem o que o C.A. quer eles são alienados.
Assim como as elites intelectuais querem tutelar o povo ignorante, os movimentos de "boa-política" querem tutelar os alunos (QUANTAS reclamações não ouvi hoje porque não estavam todos os alunos da faculdade na assembléia! E o direito de não querer fazer parte? E o direito de escolha? Só quando convém ele é válido? [Talvez essa minha discussão não seja tão inovadora assim, afinal de contas]).
E queremos ser tutelados - os estudantes brasileiros com devir-parisiense querem ser tutelados pela elite intelectual (repetimos magistralmente o que Jabor fala na CBN) e queremos tutelar os alunos ignorantes, alienados, e AI deles reclamar!Poxa, só queremos o bem deles...

A democracia autoriária me revolta!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A chamada

Hoje não respondi a chamada, foi por falta de saber o que responder, sabe, uns brancos existenciais que me assolam de vez em quando.
Quando chamaram meu significante
não pude responder "eu", pois era eu de fato quem fui chamado?
Não pude dizer "aqui", pois era o aqui que delimitava melhor o meu espaço?
Não pude dizer presente, pois estaria negligenciando o passado e o futuro.
Por fim, não respondi.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Interferindo na interferência

Quarta-feira, 8 de Setembro de 2010.
Em um auditório na rua 13 de Maio, centro de São Paulo, ouvindo uma palestra sobre intervenções em espaços públicos - a cidade como palco, como personagem, como dramaturgia.
Dentro da sala, uma ilustríssima arquiteta falava solenemente, Ouvi o pagode que acontecia em um boteco próximo, os fogos de artifício e pessoas passando na rua; e

assim a poesia me atravessou.

Com é bela a metalinguagem!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Projeto para uma psicologia não científica

Por que só existiria a ciência?

Psicologias estão fora da psicologia, fogem a ela.

As cercas da universidade se entrelaçam com arames da ciência.

HEREGES!

Psicologias fogem, aclamam o mundo dos humanos, do viver-pensar. E o movimento é coordenado:
Uma psicologia-errante recusa sua origem (mentira!) e a psicologia enclausurada se ressente, recusa a irmã desertada. Mas não é deserto, o campo é vasto e florido! Flores de pedra, madeira, fezes, sonhos, luz.

Uma errante logo se captura - misticismo, holismo, auto-ajuda; cada qual com seus termos, cada qual com seus novos irmãos, odiados, agora, pelos Capeletos. O errante novamente enclausurado.

As próprias linhas cartografadas, traçadas durante a fuga de Alcatraz, voltam de livre e espontânea vontade para sua cela, orgulhosa por perceber o mundo de fora, dizer que sabem dizer sobre ele. Voltou a ser objeto e não percebemos?Eu percebi.
A fala só é ouvida dentro? Os sons do mundo ensurdessem as falas matemáticas; "RÁPIDO, corram para dentro!" E a universidade aplaude, chorando de orgulho o filho prógido: O Cientista.

Será que ninguém "de fora" está interessado? Mas não importa, não satisfaz o ego da cerquinha psico-científica ser aclamada pela massa ignorante. Hollywood fede a coco, deve ser recalcada!

Há um espaço sem cercas?Não.
Mas cheio de peraltisses, uma delícia!
Por onde correm Clarices e Maurícios, Tolstóis e Zappas. Por onde corria Nietzsche - triste história, depois de sua morte mataram-no!

Talvez um entre cercas, entre grãos-de-cal das linhas de fundo, espaço interno às bombas de Na e K dos pseudópodos famintos das cercas. Ou nada disso. Um ovo, que não pode ser atualizado, está apenas como um quase-estar pois, a partir do ponto que está - não está mais!

Não é incapturável como O OVO, mas vive pouco em cativeiro, tempo imperceptível no relógio dos humanos. Então monte em suas costas, páginas, notas e permita que aconteça algo que nunca aconteceu antes e que só acontece enquanto ovo.

Os únicos conceitos que se aplicam ao ovo são aqueles que surgem quando o ovo foge ao espaço e tempo. O ex-ovo se traduz em conceitos.

A filosofia é criar conceitos, disse Deleuze, concordo, em toda repetição há mudança. Mas isso é pouco. Explicar é pouco, e explicar o que outros quiseram explicar com suas explicações mortas é ainda menos! No mínimo porque só é permitida a mudança da repetição dentro dos limites do pai Ciência.

Nesse sentido, penso que passou da hora do parricídio...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Google me!

Vinny Days está no mundo, se você procurar por mim, encontrará "Aproximadamente 6.670.000 resultados. (0,09 segundos)".

Ainda dizem que ando sumido...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Silêncio

Por que você foge do silêncio?

O que você projeta na tela em branco que não pode suportar?

Precisou achar um jeito de burlar as leis e regras para combater isso?

Medo?

Angústia?

Solidão?

O que você sentiu ao se deparar com o vazio?

E agora?

Vulnerável?

Tapeado?

Previsível?

As perguntas incomodam ainda mais?

Quer ao menos uma resposta?

Sacana

De cima do palquinho do anfiteatro da facul, num dia que a aula acabou mais cedo.
Comprei um hot pocket, pao de mel e guara viton e assisti House do meu note.
Agora furto a net do anfi e escrevo aqui, enquanto ouço minhas músicas e converso com meus amigos no msn...não posso deixar de me sentir um sacaninha!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Necessidade

"There's no such thing as coincidence in this world, only necessity and the inevitable."

Não encontrei o autor dessa sentença, se alguém souber; mas a questão aqui não é a autoria e sim o quanto é contrário ao meu pensamento tal afirmação. Sobre o inevitável e o caos penso que já decorri bastante, em pequenos mas concisos posts, blog afora. Hoje o que me pegou foi a necessidade (como o título já deve ter adiantado).

Essa frase é auto-explicativa do tipo de pensamento que levou a sua formulação, ela traz o limitante da vida, a inevitabilidade, mas isso já é clichê: de um lado "O Destino", de outro "O Caos" (Mesmo que não sejam idéias necessariamente antagônicas).
Presos dentro de nossos próprios destinos. blá blá blá! Ou marionetes nas mãos de uma aleatoriedade onipotente. blá blá blá! A única coisa inédita válida de ser mencionada aqui é que, pra mim, a única coisa inevitável no mundo é a própria aleatoriedade.

Agora a necessidade. Taí uma parte dessa frase que concordo! Quantas explicações científicas, religiosas, místicas, filosóficas, físicas, artísticas, biológicas não há sobre a vida? Seu porquê, motivo, causa?

É claro que em um dado momento alguém pensou pela primeira vez nessa questão (imagino que a pergunta deva ter sido mais um "será que tem" que um "qual é"), um movimento instituinte inovador.
Hoje em dia estamos cristalizados nessa questão como se ela fosse uma das mais óbvias verdades universais. Poucos conseguem transcender a essa idéia. Freud explica? Sim, é a necessidade de um pai onipotente que vá cuidar do desamparo (Mal-estar da civilização). Incorporamos a explicação das mais diversas áreas, cada qual com sua permissibilidade de ser arrebanhado, identificação com o grupo, ou qualquer outro motivo (tal como achar que uma teoria faz mais sentido que a outra).

A vida não pertence ao homem, é maior e o perpassa. a explicação sim, pertence a essa raçinha sem graça. Grande parte dos homens têm essa necessidade, vício, limitação, amarras.

domingo, 2 de maio de 2010

Eu acredito! - The Underdog!

The Underdog!

Os favoritos são covardes, em sua tentativa de manter seu favoritismo eles temem que apareça alguém que os supere. Sempre pensei isso, consequentemente, sempre me simpatizei pelos azarões, the underdogs!
Sim, os azarões querem se tornar favoritos também! Mas um bom azarão é aquele que corre atrás, que não sabe se posicionar no lugar de favorito. Aquele que quando está vencendo o favorito, caga no pau! Por isso o underdog tem que correr por trás, nos calcanhares, até a hora que passa! Aí é torcer pra não dar mais tempo do seu medo de ser favorito, fazer seu rendimento cair a ponto de seu devir underdog o derrotar.
Ficar como underdog sim! E ganhar como tal!
Ganhar como favorito é pros fracos! Qualquer um pode fazê-lo.
Ganhar como azarão é apenas para os true underdogs!
Porque apenas os underdogs podem cair em batalha e continuar lutando!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Post escrito a sangue frio

viajemos:

Uma enfermeira chega e dá a notícia para a família:
"Senhora Santos? Infelizmente o seu marido não aguentou a cirurgia."
Tristeza, tristeza, tristeza, alívio, tristeza.
No quarto, a viúva toca, em meio a lágrimas, o rosto de seu marido pela última vez.
"Não posso acreditar. Ele ainda está quente!"

Frio = Morte,
Calor = Vida?

Deixemos considerações práticas de caráter homeostático fisiológico de lado (é sabido que a temperatura do corpo humano deve variar de 36 ºC à 37 ºC). Senão corremos o risco de perder a vida fria.

O frio desperta uma vida de um corpo muitas vezes adormecido em um calorzinho confortável, enquanto a vida vivida não pede conforto. Nascemos do desconforto, e nesse sentido, o calor também pode remeter à morte, ou à ausência de vida. Quem não deseja, numa situação de estar passando frio, acima de tudo chegar em casa, tomar um banho quente e deitar-se? Voltar ao útero?

Sentir o frio,
finíssimas agulhas gélidas que penetram cada poro de nossa pele,
piercing its way through, visando nossas vísceras;
dando trepidação colérica às nossas couraças;
Enturvando a imagem que Narcíso vê, pois água congelada não reflete, senão distorcidamente.
A respiração fica difícil, doída, assim, percebemos que respiramos. respire.

E quando o frio começa a ser uma ameaça à limitante homeostase começamos a perder a vida, ou a concentrá-la. Primeiro as extremidades; a dizer, além do já conhecido efeito do frio em certas extremidades, perdemos os dedos,
covardes!
Os primeiros a deixar o barco. Ficam brancos, roxos, sem sensibilidade.
claro, isso é para manter a temperatura dos chamado órgãos vitais.
Alguns diriam: Mártires!
Pra mim, covardes!

Penso:
talvez para o escritor fosse mais interessante o oposto, que os dedos ficassem róseos, os últimos a ceder à cianurose glacial, para que fosse possível escrever sobre a vida no momento que ela está em um de seus ápices.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Canto pelo direito de não cantar

Sim,
canto apenas (e somente apenas) porque posso me permitir não cantar.
Tudo aquilo que é dito no silêncio,
tudo que se perde no entendimento racional e racionalizante de quem teme apenas a dominação das palavras.
Cegos para o som dos gritos mudos.
Surdos para tudo aquilo que não se permite sensacionalizar, que não move massas.
O sublime, o suave, o cruel justo.
O arrepio de cada manhã amada.
O espaço que o nada preenche, esvazia.

Sem uma finalidade eu canto,
nem sempre em cima de palanques -
o belíssimo canto dos cantos.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Vinny Days, BABY!

Recentemente fui questionado sobre o porquê de me anunciar como Vinny Days, e não Vinicius Dias (como era meu nome de batizo).
Na hora que fui questionado nem liguei, achei que não era grande coisa. Apesar da importância que dou para o nome.
Talvez tenha sido exatamente por causa dessa importância que, posteriormente, o assunto voltou a pensar sobre mim; a conclusão que cheguei, em pleno Expresso Brasileiro, já chegando em Santo André, foi preciosa a tal ponto que a escrevo aqui:
Vinicius Dias foi o nome que meus pais me deram ao nascer. Vinny Days foi o que eu criei a partir daí.
Agradeço a eles por Vinicius, mas ele não existe mais, em seu lugar está Mr.Days. Esta que é minha criação da qual tenho mais orgulho, minha obra prima em progresso.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Castração Complexa

Talvez seja desnecessário iniciar esse texto apontando seu parentesco com o famoso complexo de castração de Freud, portanto iniciarei destacando suas diferenças;

A começar não falo em medo, em ameaça, falo na perda do falo de fato.
Essa perda não ocorre na infância, em geral, e sim na faixa entre os 20 e 30 anos. (Quando digo "em geral", quero dizer que ela pode ocorrer em qualquer estágio da vida, estou apenas destacando o período no qual mais vejo isso acontecer, mas ficará claro que isso também é, quase que exclusivamente, pela situação social em que me localizo).

A faixa dos 20 aos 30 anos é terrível! Tão terrível que pra sair dela muitos não veêm outra saída senão virar seus pais. Pronto, se essa é sua decisão, estás castrado!
Até sairmos no colégio sonhamos. Vamos ser engenheiros, médicos, advogados. Vamos sair aos sábados com a galera. A felicidade, que normalmente é acompanhada pela sensação de liberdade nos trai.

Primeiro, fazer a faculdade:
Missão terrível de conformidade com limites da chamada ciência, com os métodos, com as burocracias; se você quer ser alguém tem que fazer mestrado, pra isso tem que fazer IC, ou seja, não há espaço para criações em uma universidade, apenas para copiações, estuda-se o que já se sabe e o que não se sabe, recorta-se nos moldes que são aceitos. Mas aceitos por quem? Se aquilo é novidade como alguém pode saber como demarcar sua linguagem? Fingi-se o novo: Porque pesquisar o efeito de antidepressivos tricíclicos em ratos albinos é diferente do que em camundongos albinos. Quanta inovação, não?
E esse é o limite, a fronteira permitida. A grande questão castradora aqui é essa. Torne-se residente do território científico ou seja um pária acadêmico! É o nacionalismo fictício. Em uma nação inventada e formada excluvisamente por castrados castradores.

Uma alternativa? Jogar tudo isso para o alto! Graduar-se de maneira única, de maneira própria, seguindo seus conceitos ético-estéticos. Até o fim da faculdade incontáveis tentativas de passar a faca em seu pipi vão ocorrer, o mais triste, em geral são seus próprios amigos que tentam fazê-lo. Oras, nada mais justo, seu amigo que gosta de um bom laboratório, tem que trocar a serragem de ratos todo dia, passa fins de semana fazendo planílias sobre os resultados, tem todo o trabalho que sabemos que de fato a ciência exige do cientista. De repente ele olha pra você: feliz?! Como pode? Você consegue ir à praia e ainda assim tira boas notas, acompanha as matérias apesar de faltar quase que metade das aulas? E o esforço dele? De que valeu tudo aquilo? Ele precisa de garantias! Então fazem congressos para mostrar seu valor uns para os outros. E no fim de tudo perguntam "e ae, como andam as coisas na faculdade?". Quer uma tentativa maior de castração que essa?

Se você ainda conseguiu superar tudo isso vem a mais óbvia de todas, que engloba não só os universitários, mas todos, de uma forma ou de outra: o dinheiro!
Adolescentes de uma forma ou de outra querem uma liberdade, que não é possível, até mesmo pela impossibilidade de dirigir um carro ou moto até os 18. Então esperamos...ansiosamente...pelo dia que poderemos fazer o que quisermos!
Não não. Não pode!
Não é a toa que seus pais são infelizes, que eles não tem vida, que parecem apenas estar sentados, deitados, esperando a morte chegar. Eles foram castrados!
Não vou me extender nessa explicação pois ela é tão difundida que chega a ser clichê.
Para ser livre precisa de $ -> para ter $ precisa trabalhar -> trabalhar consome todo o tempo e energia que uma pessoa comum está disposta a gastar.

Solução?
A busca por uma solução deve ser o maior obetivo de uma vida, principalmente se você tem entre 20 e 30, pois o que tenho observado é: se até os 30 você não achou a tal solução, a tendência é parar de buscar. Sabe, isso cansa!
Nadar contra a maré.
Pensar, ao invés de obedecer.
Ser diferente, invoar, criar.
Ser motivo de piadas omissas.

Quem sabe os falo ainda não se juntem. Não para algo em específico, mas para se potencializar e realizar sua acesse sobre as guilhotinas que tanto querem suas glandes.
Assim, os párias não precisariam andar com suas cabeças baixas e seus olhos cansados. A menos que queiram.

Hexapode

Como podem existir tais criaturas?
Tão solicitas a nos dar carinho,
talvez a único coisa que realmente os aborreça seja a impossibilidade de fazê-lo.
Como pode?
E o sentimento de tentar levar vantagem? De parecer mais que os outros? De exclusividade?
Eles, essas criaturas, não. Pra elas, a única coisa que basta é ser dois; seis pernas lado a lado.
É assim que eles vivem.
Isso sim que é vida!

sábado, 27 de fevereiro de 2010

A supercâmera

Hoje minha caneta caiu em câmera lenta. Era uma BIC, normal.
A visão se localizava à direita e abaixo de minha carteira,
mirava-se para cima, tinha meu corpo desfocalizado e acompanhava a caneta em sua trajetória até o chão.

A sala desfez-se em silêncio, um silêncio também desfocalizado,
já a caneta fazia um inaudível escândalo de cortar o ar; desajeitadamente.
Bateu no chão. Demorou mais tempo que o esperado para parar, afinal, estava em slowmotion.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O começo

O começo é um gênio à frente de seu tempo. Muito frequentemente mal-entendido.
Quando estamos no começo; não podemos esperar pra perder a insegurança. Ou mesmo não nos damos muita conta que ESTAMOS no começo.
Até o começo virar outra coisa. Quando isso acontece: "Nossa, lembra do começo? Não era tudo melhor no começo?"
É como envelhecer; começamos com "nossa, que saudades da minha infância!"
Pensando na infância como o começo da vida.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Odeio previsões.

É raro me ouvir dizer que odeio algo, se tem algo de que não gosto: não falo.
Mas tem algo em relação às previsões que me irritam de tal maneira!
Provavelmente a forma como tentar limitar as potencialidades humanas. Ou como falam de um fatalismo o qual mexe com minha "síndrome de onipotência".

Um astrólogo que eu conheço diria:
"Síndrome de onipotência? O que mais poderíamos esperar de um leonino?"
Uma pessoa mais velha que eu conheço diria:
"É, quando eu tinha sua idade eu também achava que podia controlar tudo."
Uma pessoa pessimista e metida que conheço diria:
"Mano, é assim mesmo. Tem um monte de gente pensando assim."
Um comunista que eu conheço diria:
"Tem gente que acha mesmo que é melhor que os outros, né?"

O que não teria problema, se essas não fossem as pessoas que circundam a minha vida.
Não quero que ela seja prevista por "especialistas" no que o futuro reserva.
Por que esse especialista não pode ser o futuro?
Pelo que me parece, essas pessoas querem se proteger do futuro, me levando de testemunhas que elas avisaram quando a vida passar por cima delas. Por medo de ser pego desprevinido, elas preferem se entregar.
Bom, que pena!
Eu me nego!
E se você for esperto, leitor, vai fazer o que melhor lhe parecer!
É isso mesmo, o que lhe der na telha!
(Para falar em bom português).

Mas o pior ainda é a previsão de caráter!
Enoja-me!
"Seu pai era igualzinho você quando era mais novo".
Bom, problema dele; que se tornou quem é.
E de quem ele enganou quando mais novo.
Eu vou virar ele?
Acho muito pouco provável. Se acontecer: Obrigado por ter me zicado!

Even if...

I'll seek happines,
my happines, not the one sold in boxes
But if necessary, the one sold in boxes.
For I must find happines,
Even if that means less than hers.

How to do so? When one can see she's happy!
Can she see I'm happy too?
Even if less than her.

Less is such a strong word, specially when it describes
happiness, or the lack of it.
The world tells us,
'don't compare yourself to other people'.
I give them credit when it comes to not understanding the wholeness of one's being, but, screw them! For we must do what we must, to live with some peace of mind.
(Once again I glorify relativity).
For just one without peace of mind to understand what it's like to seek for it.
Even if she has already found it.

But what can I do? She's, therefore, not here!
And if the other, that's also not here, is what I need?
For she seems here... and real...
Hence, she's my happines, and just like it too.
Even if invisible.

She has found herself another life
In which there's no space nor need of me.
And all I have left is a space and need and no life of hers.
So, I seek peace of mind,
Even if less than hers.

In that picture:
Life.
Now:
Ilusions, mirages, numbness.
I need that picture
Even if it is less than her.

Maybe I'll find somehow, someway.
And it will not require her,
nor her approval,
and it might grow, grow, grow... grow.
And overcome her.
The shadow to cover her; that will be my oasis.
My resting shadow, the water in a wasteland of sunk dreams.
Who knows how she'll be? Or me?
And then, maybe, I'll even find a way to be happy.
Maybe more than her.

Even if less than her.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Como não ser sexual?

Estava andando por um shopping aleatório de Santo André, quando passei na frente de uma mulher.
Ela devia ter cerca de 1,60m e pesar perto dos 80 Kg. Ela olhou, conforme olhei ao passar por ela, mas depois de constatar quem eu via, não voltei a olhar. Ela, por outro lado, continuou olhando. Nesse momento comecei a pensar sobre a vida que ela leva.
Não falo isso pra reafirmar a regra da magreza = beleza (a qual, inclusive, como um magro frustrado a minha vida toda por não conseguir engordar, nunca fui muito fã. Para mim, magreza é uma ironia), mas pela falta de atração sexual que senti em relação a ela. Pensei como valorizo as relações amorosas e o quanto centrei minha vida, e tudo que entendo por ela, em atrair e ser atraído.

O choque dos valores ocorreu às 17:39, em um shopping aleatório de Santo André.
Era uma terça-feira.

Não digo que ela tenha outros valores, que não possa querer ser desejada nem que não possa ser, de fato, desejada. Mas como acho improvável que, pela própria constituição física, ela foque sua "busca por paz de espírito" e "realização pessoal" (or whatever you wanna call it) como um ser sexual. Mas quando o impacto dos devires-desejos ocorreu, no despreparado shopping, o peso do aceito socialmente recaiu muito mais severamente para o lado que foge, bravamente, à regra, que não tenta viver sua vida como em um filme de Hollywood.

Mas COMO não ser capturado pelas expectativas da capital do cinema mundial? Assistir filmes reconforta algo em meu ser (penso que na maioria de nós) que, mesmo sabendo que são vidas inventadas e geralmente irreais, queremos um pouco daquilo para nós.
Talvez seja a certeza de que tudo vai dar certo no final. Se vivermos vidas iguais às vidas dos moçinhos é certo que teremos nossos finais felizes, afinal, roteiristas são deuses, gurus, videntes, pastores... e o que eles pregam em todos os filmes que consigo imaginar, ao fechar os olhos agora, é que o final feliz possui moçinhos COM moçinhas. E a única maneira de garantir a sua moçinha, até o final das duas horas que duram os nossos anos de vida, é sendo o mais sexual possível.

É clichê e hipócrita citar uma fala do filme "500 dias com ela" para encerrar. Por isso fazê-lo-ei:
"É tudo culpa dos filmes e das músicas românticas!".

#P.S.: Espero não ter sido generalista e nem me fazendo de vítima, se estiver parecendo assim, venci o esperado perfeccionismo hollywoodiano dos moçinhos.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O mundo vai se acabar em vento

O fim do mundo vai ser ventado.
Seremos varridos como se assoprados.
Uma brisa leve, quase como um
bocejo

Por isso, deixem o cabelo crescer,
para sentirem
como se dirigindo um conversível.
Livre, no fim do mundo.

Os loucos vão achar que voam.
Os arrazoados,
que estão loucos

Haverá pílulas,
para impedir que voemos.
Vão estar em promoção
e serão vendidas
em bancas de jornais

Não haverá solução
(Nem composto iônico),
Todos vamos morrer
no fim do mundo.

Senão,
não seria fim, seria?

Mas pelo menos
vai estar uma brisa agradável;
então não tema:

O mundo vai acabar
em vento