sábado, 23 de outubro de 2010

The untakable tower

A vontade. O esforço. A conquista. O fervor.

(E não são "uns", são "os", porque não existe outro esforço além do esforço de alguém que corre atrás de uma bola. Atrás de outras pernas, a frente delas também. Quando você aplica tudo que tem em um movimento, em um pulo, em uma corrida atrás de uma bola que outros diriam que é perdida, não existe mais nada.

Ah! Como é bom superar o que os outros esperam!

Ah, a glória! Própria, quando todos os músculos do seu corpo se contraem, tencionam, trabalham, revezam postos na defesa da untakable tower para, por fim, caírem vitoriosos!

Ah! O time! Todos juntos, um só corpo vibrando com cada movimento, entrelaçados e sintonizados, prevendo os movimentos um do outro, pois são os seus próprios movimentos. É como se o time todo fizesse sexo! Não há limites entre os jogadores, não há dor que não seja de todos, não há desejo que não percorra as minhas fibras musculares e que não percorre as daquele a meu lado.

É uma exaustão intensa, nos leva a uma animalidade saborosíssima!

Em um pulo - voamos! Como voávamos quando éramos pássaros! Nossas asas se tornam visíveis para todos, eles não podem dizer que eu mentia! Sempre as tive, eu dizia, agora vêem! Nos rastejamos como nossas próprias larvas! Cheias de vida em estágio embrionário, que no "rastejar para" (não só "rastejar") explodem em vida! Em intensidade, em movimento que só é possível pela combustão!
Pegamos fogo! Uma delícia de fogo que não queremos apagar, um fogo etério, fato, phóton! Nos tornamos a própria luz do fogo, fogo da luz.
Máquinas que não precisam de objetivo para serem máquinas, digamos que a própria explosão causada pela capacidade da máquina de explodir (e sua vontade em fazê-lo) é o objetivo maior da máquina. Pois assim ela existe como máquina, assim não há dúvida de que se existe, nesse momento final de cada segundo de uma partida onde há corpos.

Do outro lado, homens, máquinas, deuses (da morte) - Baco, não Lóki (esse não é seu esporte), explodindo. E tudo que podemos fazer é explodir mais que eles. Mas a ingratidão é essa: nada garante que explodir mais nos levará mais, mesmo assim, tudo que podemos fazer é queimar e explodir - mais e mais.)

Em um piscar de olhos acaba. É o piscar de olhos mais longo possível e, quando ele termina, só nos resta o corpo e suas dores - medalhas, troféus em um vazio preenchido por nós mesmos, contido e contendo nós mesmos. Um nós mesmos diferente daquele que conhecíamos.

Ah! Que delícia que é nos acabar de jogar!

Nenhum comentário: