terça-feira, 12 de outubro de 2010

Eu queria criar...

Eu queria criar, mas não sei o que fazer,

Se soubesse notas, comporia minha obra prima! Como não sei, fico sem fazer.

Há tanto a ser feito, mas hoje sinto apenas que queria criar algo que não sei o que é, que não estou conseguindo fazer. O ímpeto criativo me assola de vez em vez, as vezes é tão frustante querer criar algo e não saber o que quanto ter que criar e não poder.
Algo quer sair de mim! Se inscrever na minha pele, percorrer minhas artérias!

(Será que não é isso?Não teria algo já percorrendo minhas artérias? Talvez isso! Que por estar embaixo da pele não posso ver, mas não está fundo o suficiente para eu não sentir! Corro atrás mas nunca alcanço, corro e corro! Eu poderia correr. Até minhas pernas se desprendessem de meu corpo, fossem ultrapassadas por ele, não dessem conta do meu correr.
Pensando bem, acho que eu mesmo não estou dando conta do me correr).

Se tivesse pincéis, se fosse tinta, se visse a tela em branco (ou em cores), pintaria.
Pintaria céus estrelados com o título de "Kamikaze". (Quando ninguém entende, chamam de arte). Eu poderia fazer arte.

Na verdade eu sinto que faço. Ou que fazia, pode ser isso, a arte me fugiu! Correu de mim que, sem pernas, não posso alcançá-la.

Se tivesse bebido vitamina de dicionários escreveria.
O que, isso?
Não, não, isso não é escrever, isso não é nada, na verdade, pois essa escrita não traz nem traria alívio. Escrever é criar, isso aflinge.
É isso então, estou aflito e não tenho meios pra lidar com isso.

Na verdade não sei usar esses meios. O pior é me sentir um chorão, reclamador, whining about wanting and not knwoing what.
How fragile I feel myself these days, it feels like the only thing I do is want and not want.
Powerless!
How did I get to this?

Me sinto powerless demais para conseguir criar, assim não sei o que fazer, e pela primeira vez isso é um impecílio para fazer.

Hoje é o dia que a criação senta-se triste, frente à uma cópia da Monalisa, com um copo de cerveja, ouvindo jogo do Corinthians - e assim, ela morre.

Um comentário:

Rayssa disse...

no meio da minha bagunça da mudança (eu adoro o quanto esta palvaras tem mil sentidos) achei um bilhetinho que trocamos na aula há mais de um ano atrás... e hoje aquilo mexeu comigo de m jeito que naquele dia não tinha entendido
enfim, vc criou algo em mim!
e as criações são assim mesmo, elas têm vida própria e muitas vezes deixam o criador sem rastros, direções, respostas... mas que boa criação seria essa que não tem autonomia:
apesar do seu ego leonino, algumas delas simplesmente não paarecem como vc imagina... mas elas estão ai, saltitando pelo mundo.