quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Democracia pra quem quer

Quando surgiu a boa e má democracia?
(E a serviço de quem?)
Eventos recentes de minha vida pública fizeram me aventurar por esse campo da política que foi pouco explorado nesse espaço. Mas vou explicar melhor:

Minha faculdade está em paralização. Um belíssimo movimento de estudantes para lutar por seus direitos (mas os seus direitos não são os meus direitos?), não fossem alguns meandros desse movimento.
Primeiro e mais básico: reinvindicações assistencialistas. Justificadas pois a universidade pública, teoricamente deveria funcionar para aqueles que não tem dinheiro para pagar a universidade (conceito belíssimo e balela [como todos os conceitos belíssimos]). O programa de permanência estudantil da minha universidade é insípido, e esse é o principal motivo de todo o barulho causado aqui essa semana, mas isso me colocou a pensar: não vemos reivindicações por pessoas que são desalojadas por falta de pagar aluguel, favelas se amontoam, e se incedeiam diariamente por todo o brasil e o brasileiro de verdade (não o brasileiro estudante, com seu devir-parisiense) faz o que pode para viver a vida que pode. Reclamar que Santos é uma cidade cara para morar e reivindicar auxílio de um governo para resolver esse problema é se colocar sob tutela desse governo. Uma posição de passívidade que me revolta! (Muito diferente de reclamar injustiças).

Outro exemplo dessa passividade são algumas falas reativas a qualquer tentativa ativa. Exemplo: foram propostas ações como ir ao local das obras do prédio que nunca fica pronta e "trabalhar". Respostas: esse não é o nosso papel; somos estudantes; não somos pagos para isso (fala de alguém que acha um absurdo não ser paga para estudar). E qual o papel do estudante? Reclamar? Creio que não, mas assim o fazemos quando precisamos de ações. Ações acima de esperanças desesperançosas.

Parece-me que é o gosto pela reclamação.

Outro assunto que gostaria de falar é sobre o deputado Tiririca.
Ó terrível democracia onde um analfabeto, palhaço de profissão é eleito (com segundo maior número de votos da história) deputado federal. Povo ignorante que não sabe o que é bom para eles.
Povo o qual foi muito útil quando precisavam de massa para tirar o Collor do poder, ou nas "diretas já". Ó magnífica democracia!
É assim: a elite intelectual que rebaixa o povo e suas escolhas quando elas não satisfazem suas vontades. Quando o povo não faz o que os inteligentes querem eles são alienados.
Quando os alunos não fazem o que o C.A. quer eles são alienados.
Assim como as elites intelectuais querem tutelar o povo ignorante, os movimentos de "boa-política" querem tutelar os alunos (QUANTAS reclamações não ouvi hoje porque não estavam todos os alunos da faculdade na assembléia! E o direito de não querer fazer parte? E o direito de escolha? Só quando convém ele é válido? [Talvez essa minha discussão não seja tão inovadora assim, afinal de contas]).
E queremos ser tutelados - os estudantes brasileiros com devir-parisiense querem ser tutelados pela elite intelectual (repetimos magistralmente o que Jabor fala na CBN) e queremos tutelar os alunos ignorantes, alienados, e AI deles reclamar!Poxa, só queremos o bem deles...

A democracia autoriária me revolta!

Um comentário:

Fernando disse...

http://pablocarranza.com.br/2010/10/11/astronautas-2o-turno/