quinta-feira, 16 de setembro de 2010

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Interferindo na interferência

Quarta-feira, 8 de Setembro de 2010.
Em um auditório na rua 13 de Maio, centro de São Paulo, ouvindo uma palestra sobre intervenções em espaços públicos - a cidade como palco, como personagem, como dramaturgia.
Dentro da sala, uma ilustríssima arquiteta falava solenemente, Ouvi o pagode que acontecia em um boteco próximo, os fogos de artifício e pessoas passando na rua; e

assim a poesia me atravessou.

Com é bela a metalinguagem!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Projeto para uma psicologia não científica

Por que só existiria a ciência?

Psicologias estão fora da psicologia, fogem a ela.

As cercas da universidade se entrelaçam com arames da ciência.

HEREGES!

Psicologias fogem, aclamam o mundo dos humanos, do viver-pensar. E o movimento é coordenado:
Uma psicologia-errante recusa sua origem (mentira!) e a psicologia enclausurada se ressente, recusa a irmã desertada. Mas não é deserto, o campo é vasto e florido! Flores de pedra, madeira, fezes, sonhos, luz.

Uma errante logo se captura - misticismo, holismo, auto-ajuda; cada qual com seus termos, cada qual com seus novos irmãos, odiados, agora, pelos Capeletos. O errante novamente enclausurado.

As próprias linhas cartografadas, traçadas durante a fuga de Alcatraz, voltam de livre e espontânea vontade para sua cela, orgulhosa por perceber o mundo de fora, dizer que sabem dizer sobre ele. Voltou a ser objeto e não percebemos?Eu percebi.
A fala só é ouvida dentro? Os sons do mundo ensurdessem as falas matemáticas; "RÁPIDO, corram para dentro!" E a universidade aplaude, chorando de orgulho o filho prógido: O Cientista.

Será que ninguém "de fora" está interessado? Mas não importa, não satisfaz o ego da cerquinha psico-científica ser aclamada pela massa ignorante. Hollywood fede a coco, deve ser recalcada!

Há um espaço sem cercas?Não.
Mas cheio de peraltisses, uma delícia!
Por onde correm Clarices e Maurícios, Tolstóis e Zappas. Por onde corria Nietzsche - triste história, depois de sua morte mataram-no!

Talvez um entre cercas, entre grãos-de-cal das linhas de fundo, espaço interno às bombas de Na e K dos pseudópodos famintos das cercas. Ou nada disso. Um ovo, que não pode ser atualizado, está apenas como um quase-estar pois, a partir do ponto que está - não está mais!

Não é incapturável como O OVO, mas vive pouco em cativeiro, tempo imperceptível no relógio dos humanos. Então monte em suas costas, páginas, notas e permita que aconteça algo que nunca aconteceu antes e que só acontece enquanto ovo.

Os únicos conceitos que se aplicam ao ovo são aqueles que surgem quando o ovo foge ao espaço e tempo. O ex-ovo se traduz em conceitos.

A filosofia é criar conceitos, disse Deleuze, concordo, em toda repetição há mudança. Mas isso é pouco. Explicar é pouco, e explicar o que outros quiseram explicar com suas explicações mortas é ainda menos! No mínimo porque só é permitida a mudança da repetição dentro dos limites do pai Ciência.

Nesse sentido, penso que passou da hora do parricídio...