sábado, 27 de fevereiro de 2010

A supercâmera

Hoje minha caneta caiu em câmera lenta. Era uma BIC, normal.
A visão se localizava à direita e abaixo de minha carteira,
mirava-se para cima, tinha meu corpo desfocalizado e acompanhava a caneta em sua trajetória até o chão.

A sala desfez-se em silêncio, um silêncio também desfocalizado,
já a caneta fazia um inaudível escândalo de cortar o ar; desajeitadamente.
Bateu no chão. Demorou mais tempo que o esperado para parar, afinal, estava em slowmotion.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O começo

O começo é um gênio à frente de seu tempo. Muito frequentemente mal-entendido.
Quando estamos no começo; não podemos esperar pra perder a insegurança. Ou mesmo não nos damos muita conta que ESTAMOS no começo.
Até o começo virar outra coisa. Quando isso acontece: "Nossa, lembra do começo? Não era tudo melhor no começo?"
É como envelhecer; começamos com "nossa, que saudades da minha infância!"
Pensando na infância como o começo da vida.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Odeio previsões.

É raro me ouvir dizer que odeio algo, se tem algo de que não gosto: não falo.
Mas tem algo em relação às previsões que me irritam de tal maneira!
Provavelmente a forma como tentar limitar as potencialidades humanas. Ou como falam de um fatalismo o qual mexe com minha "síndrome de onipotência".

Um astrólogo que eu conheço diria:
"Síndrome de onipotência? O que mais poderíamos esperar de um leonino?"
Uma pessoa mais velha que eu conheço diria:
"É, quando eu tinha sua idade eu também achava que podia controlar tudo."
Uma pessoa pessimista e metida que conheço diria:
"Mano, é assim mesmo. Tem um monte de gente pensando assim."
Um comunista que eu conheço diria:
"Tem gente que acha mesmo que é melhor que os outros, né?"

O que não teria problema, se essas não fossem as pessoas que circundam a minha vida.
Não quero que ela seja prevista por "especialistas" no que o futuro reserva.
Por que esse especialista não pode ser o futuro?
Pelo que me parece, essas pessoas querem se proteger do futuro, me levando de testemunhas que elas avisaram quando a vida passar por cima delas. Por medo de ser pego desprevinido, elas preferem se entregar.
Bom, que pena!
Eu me nego!
E se você for esperto, leitor, vai fazer o que melhor lhe parecer!
É isso mesmo, o que lhe der na telha!
(Para falar em bom português).

Mas o pior ainda é a previsão de caráter!
Enoja-me!
"Seu pai era igualzinho você quando era mais novo".
Bom, problema dele; que se tornou quem é.
E de quem ele enganou quando mais novo.
Eu vou virar ele?
Acho muito pouco provável. Se acontecer: Obrigado por ter me zicado!

Even if...

I'll seek happines,
my happines, not the one sold in boxes
But if necessary, the one sold in boxes.
For I must find happines,
Even if that means less than hers.

How to do so? When one can see she's happy!
Can she see I'm happy too?
Even if less than her.

Less is such a strong word, specially when it describes
happiness, or the lack of it.
The world tells us,
'don't compare yourself to other people'.
I give them credit when it comes to not understanding the wholeness of one's being, but, screw them! For we must do what we must, to live with some peace of mind.
(Once again I glorify relativity).
For just one without peace of mind to understand what it's like to seek for it.
Even if she has already found it.

But what can I do? She's, therefore, not here!
And if the other, that's also not here, is what I need?
For she seems here... and real...
Hence, she's my happines, and just like it too.
Even if invisible.

She has found herself another life
In which there's no space nor need of me.
And all I have left is a space and need and no life of hers.
So, I seek peace of mind,
Even if less than hers.

In that picture:
Life.
Now:
Ilusions, mirages, numbness.
I need that picture
Even if it is less than her.

Maybe I'll find somehow, someway.
And it will not require her,
nor her approval,
and it might grow, grow, grow... grow.
And overcome her.
The shadow to cover her; that will be my oasis.
My resting shadow, the water in a wasteland of sunk dreams.
Who knows how she'll be? Or me?
And then, maybe, I'll even find a way to be happy.
Maybe more than her.

Even if less than her.