sábado, 27 de setembro de 2008

Des-Culpa

Hoje, enquanto tomava banho uma coisa meio estranha me passou pela cabeça...estranha não pelo conteúdo em si, acho que vocês vão ver (se é que alguém vê, né?Mas não é pra isso que escrevemos todos nós, Bloggers. Ou é.) que muitos já podem ter pensado sobre isso, mas o fato da linha de raciocínio girar em torno de um tema só: A culpa.
Acho que esse sentimento parece tão simples, e de fato pode ser; a culpa que podemos sentir se jogamos comida fora, ou se judiamos de uma criança, ou se somos grossos com nossa mãe mas pensei em outro tipo de culpa (que não sei nem bem se conseguirei explicar, mas que acho provável que mesmo em seus próprios pensamentos muitos já tenham pensado nela).
Penso na culpa que não temos consciência de sentirmos - consciencia não em termos freudianos - mas em termos de motivos mais sutis...pensava como podemos reproduzir nossas relações com outros pra tentar expiar uma culpa.
De repente alguém que vá sempre atrás de um tipo de mulher, pensemos nas japonesas (apenas por questões didaticas), não poderia ser uma tentativa de expiar sua culpa por um dia ter abandonado uma dessas que poderia gostar bastante? Mesmo esse gostar dito hoje em dia não poderia ser uma forma de espiação?
Outro exemplo, uma pessoa que tem uma culpa muito forte por algo indefinido, talvez algo que ache que não é merecedora, se "apaixone" por alguém que não retribua que, portanto, cause-lhe dor para fugir da dor da culpa?

Pensando assim...será que há alguma relação que nos proponhamos a formar não embebido na culpa?
(Coisa de Nietzsche)

Um comentário:

Fernando disse...

Culpa e expiação, dois movimentos de uma mesma vertente, duas visões da realidade em um mesmo prisma, mas serão as únicas? Aliás, o conceito de culpa não está arraigado nas origens das humanidades, pois nos tempos arcaicos, na época da tragédia grega, e hoje em dia em algumas tradições orientais o que chamamos de culpa não existia, a responsabilização dos atos não aceitos era designada ao homem em si, mas a fatores exteriores, a momentos de raiva e de irracionalidade, fazer algo considerado errado não tornava a pessoa em um ser de outra espécie e muito menos que esse ser precisasse se redimir para ser aceito novamente, havia uma compreensão dos valores e não uma imposição, o mundo de antes era mais feminino nesse aspecto que o de hoje, e solto uma pergunta, e desde quando que o homem se tornou onipotente de seu próprio ser e capaz de jamais errar? A culpa pelo que vejo está arraigada nessa crença de que o homem por si só tem o controle da vida, ela foi criada por nós e hoje ela é uma realidade em nossa cultura, ela gera dor, e não é pouca não, sentir-se culpado... Aliás, é ‘sentir-se’ culpado, e não ‘ser’ culpado, o sofrimento vem mais de nós do que do externo e precisamos de pontos de fuga pra essa dor, e interessante levar em questão esse ponto de vista de vida masoquista, onde se busca relações que não darão certo apenas para redimir a culpa de seu ego de uma época em que você não era totalmente consciente do contexto atuante... É, deu pra filosofa bastante =D abração vini!!