terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

House 7X12

"How happy is the blameless vestal's lot!
The world forgetting, by the world forgot.
Eternal sunshine of the spotless mind!
Each pray'r accepted, and each wish resign'd"
Alexander Pope


"Everybody dies alone", I hear'd House say that tonight,
Mas ninguém morreu mais só que Eloisa.
Quão terrível é não esquecer.
Lembrar gasta espaço, gasta tempo, gasta energia, gasta alegria.

Só esquecendo liberamos um peso do ser-temporal,
nosso passado nos precede,
mas nosso futuro não é grande o suficiente para os dois.

Um castigo, uma cruz, um deleite aos prazeres de Masoch,
Uma terceira perna para Dora, um exercício da alma para Jesus,
Uma benção, uma maldição.

A dor, o vício.
Esquecer não cura, não faz tudo passar, não melhora.
Alguns diriam superar (superar é mais uma palavra bonita dos auto-ajudos)
Mas não tem como esquecer, não temos como esquecer que vamos morrer,
que vamos sofrer, que vamos matar.

No dia seguinte de nossa morte, que esse seja o dia mais feliz de todos, por ser, talvez, o único dos dias.
Pois é nesse dia que não teremos escolha, a não ser aproveitar da fatalidade de ser gente:
O quão alegre é estar sendo gente!
Poder sofrer e amar. Amar e rir. Rir e chorar.
Sofrer por Abelard, amar Romeo, rir de Quixote, chorar por Pixote.
Um turbilhão explosivo e sentimentivo e carnitivo e pensamentivo.
Um belo turbilhão, sem solução, sem motivo, sem razão, sem obrigação.

Com certeza, um turbilhão sem solução.

2 comentários:

Trupe Olho da Rua disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Vinny Days disse...

(comentário postado dobrado e em post errado, quem quiser ler o post que estava nesse texto leia: Lothearill)